Não
é surpresa para ninguém que o nosso hobby possui muitas situações perigosas,
algumas, inclusive, podem levar à morte. Já abordei esse assunto algumas vezes,
mas cada vez que me vejo perto de algum possível acidente, me sinto na
obrigação de escrever sobre isso aqui novamente. Segurança sempre em primeiro
lugar, não se esqueça.
Hélice de fibra de carbono que quebrou durante um voo |
A hélice é um item
essencial para a maioria dos aeromodelos, e para essa maioria sua substituição
por outra peça menos perigosa é impossível, ou seja, a hélice é extremamente
necessária para nós. E para termos uma convivência pacífica e sem ferimentos, precisamos
seguir várias regras de segurança. Mas não falarei sobre todas, a intenção
dessa matéria é falar sobre uma regra específica.
Vamos
aos ocorridos.
Primeiro:
Estava eu em um
encontro de aeromodelismo, e resolvo voar meu motoplanador. Após encaixar as
asas e conectar a bateria fui à pista para lança-lo. Como de costume, acelerei
até a potência total para verificar se tudo estava certo. Para minha surpresa,
escuto um forte estralo e por segurança corto a aceleração. Quando olho para o
motor... Cadê a hélice? Sumiu.
Por ser uma hélice folding
(dobrável), a primeira coisa que pensei foi que ela poderia ter rompido o
suporte e saído pela tangente. Ao procurar, achei uma pá dois metros à minha
esquerda. Pela posição, era obvio que isso mesmo ocorrera. Procurei alguns
minutos pela outra pá que deveria estar a minha direita, porém, não a
encontrei. Após pensar e deduzir sua trajetória pela posição da pá encontrada,
estimei que estivesse bem mais longe do que eu imaginara anteriormente. Dito e
feito, consegui achar a pá sumida aproximadamente dez metro à minha direita.
Nesse caso, a hélice
poderia ter acertado meu rosto provocando graves sequelas. Felizmente, por eu
sempre colocar a “linha da hélice” a frente de todo o meu corpo e de todos os
espectadores (leia-se outros aeromodelistas) nada de grave ocorreu, a não ser,
obviamente, o spinner quebrado.
Lendo esse ocorrido
você pode ter pensado: A hélice e o spinner eram de plástico. Com muito tempo
de uso, claro que quebraria. Acho que você não fixou corretamente. Claro que o
conjunto era de baixa qualidade. Mas o objetivo não é achar culpados, e sim
informar sobre os perigos. Se você pensou algo assim, o segundo ocorrido irá
acabar com seu ceticismo.
Segundo:
Para
quem já viu, um Extra 42% é um aeromodelo muito grande, aproximadamente três
metros de envergadura. Seguindo esse raciocínio, sua hélice também deve ser
muito grande, em geral 32 polegadas, 80 centímetros, girada por um motor de
quase 200 cc. Apresentadas as proporções. Um amigo de pista possui um modelo
desse, e como deve ser, mantém impecável a manutenção e faz o necessário para
voar sem panes e quebras, para isso, substitui todas as peças defeituosas por
novas.
Após instalar uma
hélice nova de fibra de carbono de um renomado fabricante (para constar, não
era da Hobby King), decola para o voo de teste. Alguns minutos após a
decolagem, ele escuta um forte estralo e a rotação do motor dispara, sendo um
piloto experiente, aciona imediatamente a chave para matar o motor. Mesmo
fazendo uma aproximação de emergência, a pista foi curta, e seu extra parou
somente 40 metros após a cabeceira. Nada mal, o modelo pousou sem nenhuma
quebra adicional.
Trazendo o modelo
para a cobertura, foi constatado o problema: Cadê a hélice? O spinner [de
alumínio] estava sem nenhum arranhão e perfeitamente parafusado, o que
representava que ela não tinha saído para frente, e sim que suas pás haviam se
ejetado e saído pela tangente. Resultado, somente o miolo da hélice ficou preso
e todos os parafusos foram cisalhados (quebrados) próximo ao ponto de apoio. A
causa do acidente ainda está sob investigação.
Parafusos e hélice quebrados |
Parafusos quebrados |
Detalhe do miolo da hélice de fibra de carbono |
Motor após a quebra dos parafusos |
Agora você acredita
que não é somente equipamento mais barato que quebra sem aviso? Um aeromodelo
topo de linha, com tudo do bom e do melhor teve o mesmo problema que um
planador de isopor.
Essas histórias foram
somente para ilustrar mais uma dica de segurança: Nunca acelere o motor quando
alguém estiver à frente ou ao lado da hélice. Não importa o preço do
equipamento, falhas sempre acontecem. Imagine o que teria acontecido se uma das
pás (leia-se espadas voadoras) de fibra de carbono acerta alguém. O resultado
não seria nada agradável. Não se esqueça, segurança em primeiro lugar.
O que acho dos
“causos”? Parecem intimidadores? Você já passou por uma situação de perigo com
a hélice? Conte-nos mais !
muito bom seus postes.Estou iniciando no hobby e estou lendo muito seu site.parabénss!
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