O mágico voo silencioso encanta aeromodelistas desde o
princípio do hobby. Nele não há margem para falhas, pois por não ter um motor
disponível o tempo todo, como nos outros aeromodelos, todo movimento deve ser
calculado para manter a integridade física do planador e psicológica do piloto.
A dificuldade vai muito além do fato da motorização, pois
os planadoristas, como gostam de serem chamados os pilotos desta modalidade,
precisam ser profundos conhecedores das condições climáticas; para assim
prolongar o quanto for possível o voo planado.
A principal “fonte de energia” para voos de longa duração
são as chamadas térmicas, ou massas de ar ascendentes. Exatamente aquelas em
que os urubus ficam girando para minimizar esforços, inclusive, ver essas aves
é uma das maneiras de descobrir onde há uma térmica. Porém, pilotos de alto
desempenho conhecem tão bem as formações de nuvem e de terreno que consegue
detectar esse tipo de formação sem a ajuda desses animais.
Outra maneira de manter o voo por longos períodos é
utilizar as encostas, ou morros. Esta técnica necessita de condições favoráveis
do vento (direção e velocidade), pois aproveita a massa de ar ascendente gerada
quando os ventos esbarram horizontalmente nos morros e ganham uma componente
vertical.
Os planadores possuem geometria própria de fuselagem e
asa, inconfundível para os amantes do aeromodelismo. Asa alongada (grande
proporção da envergadura em relação à corda da asa), fuselagem com pouco
arrasto (aerodinâmica), e hélices retráteis, quando providos de motorização,
são algumas delas. Além de sua principal característica: perder pouca altura em
relação à distância percorrida quando sem propulsão, isto é, planar muito bem.
No Brasil, o planadorismo é relativamente popular, com
suas várias modalidades de voo competição, em que as mais populares são as
categorias F5J e F3K. E sobre elas que daremos uma ênfase maior:
F5J
É composta por planadores elétricos termais de duração,
ou seja, o planador sobe com a ajuda de um motor que é desligado o quanto mais
baixo possível para pontuar mais. Este quesito é um dos mais importantes e
exige uma boa dose de estratégia e coragem por parte do competidor, pois após
cortado o motor não pode mais ser religado em voo.
Para fazer o desligamento automático do motor o modelo
deve estar equipado com um altímetro (medidor de altura) e timer especialmente
projetado para a categoria, que é de uso obrigatório. Esse mesmo equipamento
também registra a maior altura alcançada até 10s depois do motor ter sido
cortado.
O tempo de trabalho é de dez minutos, o tempo de voo deve
caber dentro dessa janela, assim sendo, um voo perfeito consiste em: corte de
motor a baixa altura, pouso no alvo e tempo de voo 9m59s.
Praticamente qualquer planador pode participar, o que a torna
uma categoria muito popular entre os iniciantes e experientes, para isso basta
atende a alguns critérios como: envergadura máxima de 4m e Carga alar entre 12
e 75 g/dm².
Os voos mais espetaculares são iniciados com um corte de
motor a 10m de altura e a partir daí um voo de dez minutos, ganhando altura com
térmicas e administrando o tempo.
A pontuação final é a soma do tempo de voo, com o pouso
de precisão e com a altura do corte de motor. O que exige uma apurada
estratégia para escolher o que é mais vantajoso para a situação, trocando um
quesito que pontua menos por outro que pontue mais, caso necessário.
O critério de desempate é a altura, para isso vale ter
grande ousadia para cortar o motor, principalmente nos voos finais.
F3K
É composta por planadores multitarefa (baseadas em tempo)
de lançamento manual. O lançamento deve ser feito pelo próprio piloto, dentro
de um quadrado exclusivo, onde também deve ocorrer o pouso; o cronômetro é
parado assim que o planador toca o chão, ou o piloto. Cada piloto pode utilizar
até cinco modelos na mesma competição.
A bateria deve ser
realizada com no mínimo cinco participantes, e cada um deve voar no mínimo
cinco baterias, preferencialmente com adversários diferentes. Como na F5J, a
nota também é normalizada, recebendo 1000 o melhor voo da bateria, e os outros
pontuam proporcionalmente.
A limitação do planador é dada pelas seguintes regras:
- Envergadura máxima 1,5m;
- O ponto de lançamento manual deve estar localizado em
qualquer ponto da fuselagem, fazer parte da estrutura do modelo, e não pode ser
retrátil.
Cada piloto tem um tempo definido para realizar cada
tarefa: 10 minutos, e após isso, mais 30s adicionais para pousar seu modelo.
Por se tratar de uma competição de lançamento manual, a
habilidade e o preparo físico contam bastante. A dinâmica dos voos é tipo
“catch”: o piloto “pousa” já pegando o modelo pela ponta da asa, faz um giro e
lança o planador novamente, tudo isso em menos de 1s. O modelo sai a mais de
140 km/h da mão do lançador e pode subir até 70m.
O equipamento para competir é relativamente simples, já
que somente um transmissor e um planador são necessários. Os modelos são estilo
Fórmula 1 - com estruturas de carbono (super leve e aerodinâmicos) – e também
são extremamente ágeis e manobráveis, para voos baixos e pousos precisos.
Ao todo a categoria possui 10 “tasks” (tarefas), porém a
organização pode escolher apenas algumas conforme as condições climáticas e o
tempo disponível no dia. O interessante das tasks é que cada uma favorece uma
habilidade – por exemplo: pouso, lançamento veloz, estratégia. Algumas delas
são:
Todos decolam, último
a pousar:
Nesta tarefa todos os competidores decolam no mesmo
instante. O tempo máximo de voo medido é 180s (3min), o número de lançamentos é
definido pela organização é fica entre três e cinco, entre os voos é previsto
tempos para pouso e preparação. A pontuação é a soma de todos os tempos
marcados de cada competidor.
Incremento de 15
segundos:
Cada competidor tem um número ilimitado de lançamentos
para conseguir realizar um voo no tempo mínimo determinado, começa com um voo
de 30s e vai incrementando 15 segundo a cada marca anterior alcançada, como:
45s, 60s, 75s, 90s, 105s e 120s. A pontuação da tarefa é a soma de cada tempo
definido dos voos completados.
Três últimos voos:
Cada piloto tem um número ilimitado de lançamentos, sendo
os três últimos tempos de voos somados e resultam na nota, cada voo é limitado
em 180s (3min).
Confira
aqui as fotos do campeonato de F5J de 2016 que aconteceu na cidade de São
Carlos, interior de São Paulo.
Apesar de
voar sem motor parecer monótono em um primeiro momento, as competições são bem
acirradas e emocionantes até o último segundo.
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embaixo!
Boa tarde....Tenho acompanhado no Youtube o vídeo que fez com o Alexandre Cruz sobre a categoria e achei bem interessante, uma vez que tenho um motoplanador AX com 1,80 mt de envergadura e gostaria de testar essa modalidade onde voo..Gostaria de saber onde encontro esse altimetro Altis V4 aqui no Brasil...Rigon
ResponderExcluirTente no Grupo do Facebook "F5J Brasil".
Excluirhttp://www.espritmodel.com/aerobtec-competition-recording-altimeter-switch-altis-v4-fai-f5j.aspx
ExcluirGostei muito da modalidade e já tenho um modelo de rádio mais queria saber o valor de um modelo inicial para aquisição.
ResponderExcluirEstou terminando a montagem de um tera v3 gostaria de saber o peso final com eletrônicos, bateria e motor
ResponderExcluirBoa tarde acompanho os seus vídeos no YouTube principalmente do Alexandre referente o planador terá v3 mais não consigo achar a planta para baixar e nem no link que vcs informa não abre a página gostaria de ajuda pois sou inscrito no canal e tô com dificuldade da planta pode me ajudar
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